Este trabalho aborda a prática da fotografia estereoscópica em Angola, desde o final dos anos 60 até ao final do século XIX. Trataremos sinteticamente a informação e imagens que documentam essa prática, o contexto em que ela ocorreu e as temáticas abordadas.
As primeiras fotografias estereoscópicas de Angola, de que temos conhecimento, foram realizadas por dois estúdios fotográficos profissionais, que ali exerceram a sua actividade no final dos anos 60 e nos anos 70 do século XIX: a casa Cunha Moraes (1869-1890s), no quadro da secção fotográfica do seu estabelecimento comercial, e José Nunes da Silveira (1869-1878). Ambos realizaram vistas de Luanda e outras localidades de Angola, bem como retratos estereoscópicos.
Ao preparar a exploração do rio Cunene, o naturalista José de Anchieta solicitou ao governo português o envio de aparelhos e material fotográfico, incluindo uma câmara estereoscópica. O material chegou a Angola em 1875, mas Anchieta acabou por não realizar esta exploração. Não sabemos ao certo se recebeu o aparelho estereoscópico, nem se o utilizou no quadro do seu trabalho de naturalista, uma vez que desconhecemos a existência de imagens suas que possam ter sobrevivido. Relacionado com Angola é ainda um pequeno conjunto de imagens estereoscópicas que documentam o material que Serpa Pinto, Roberto Ivens e Hermenegildo de Brito Capelo levaram na sua expedição ao interior de África austral de 1877. Foram obtidas em Lisboa quando o material foi exposto ao público, antes da sua partida.
Apesar do renovado interesse pela estereoscopia na Europa e em Portugal em finais dos anos 90 e na primeira década do século XX, deste período tardio apenas conhecemos algumas imagens estereoscópicas de Angola que pertenceram ao fundo familiar dos Cunha Moraes, e que provavelmente serão da autoria de um dos seus membros.
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