Nuno Prates
O legado fotográfico da família Relvas no Ribatejo, dá-nos a conhecer o património artístico, cultural, natural
e etnográfico do território onde está inserido, assim como são importantes documentos históricos para um
melhor conhecimento da nossa região, no Século XIX.
A Casa dos Patudos é um museu de tutela municipal que tem por finalidade, de acordo com a vontade
expressa em testamento, por José Relvas (1858-1929), preservar e valorizar a sua coleção de arte, a sua
biblioteca e o seu arquivo documental e fotográfico.
Este é constituído por cerca de cinco mil fotografias do século XIX e inícios do século XX, que relatam
importantes testemunhos históricos do período cronológico anteriormente referido, realizadas por Carlos de
Mascarenhas Relvas, Margarida Relvas Navarro, José Relvas, Carlos de Loureiro Relvas e Mariana Relvas.
No que diz respeito à coleção de fotografias de José Relvas, muitas não nos foi possível determinar o autor,
no entanto foi possível identificar vinte e dois fotógrafos e ateliers de fotografia, incluindo os fotógrafos da
família Relvas. Devemos destacar ainda o facto de que a sua proveniência, para além dos fotógrafos da
família, outras foram adquiridas e algumas dezenas delas enviadas a José Relvas e reproduzem obras de arte,
relacionando-se com a sua atividade enquanto colecionador. Quanto à temática o mais frequente é o retrato,
mas aparecem-nos também muitas fotografias de paisagem e património.
Dos milhares de fotografias do Arquivo Histórico da Casa dos Patudos -Museu de Alpiarça existem várias da
autoria de José Relvas que retratam a sua casa e propriedade a partir de 1889. Também Carlos de
Mascarenhas Relvas fotografa várias cenas de quotidiano, com especial destaque para seus os netos: Maria
Luís, Carlos e João Pedro.
Estas fotografias dão-nos a conhecer a Casa dos Patudos, antes do projeto do arquitecto Raul Lino, assim
como o quotidiano desta família.
